A Cultura da Hospitalidade

As pessoas exigem (não mais como um diferencial) que os lugares e as relações, tragam a sensação de bem estar e segurança não só física, mas também e, principalmente, emocional. Garantindo que as experiências sejam  agradáveis e memoráveis, dentro e fora dos ambientes corporativos. Para isso, identificar, respeitar e fomentar o sentimento de pertencimento é fundamental. Eu chamo de cultura da hospitalidade: é  um  sentimento, que faz  com que o outro se sinta feliz, em casa, em um sentimento de lar.  

Experiência pessoal

Esse conceito de hospitalidade foi criado e inspirado na minha experiência como pesquisadora, durante a minha pesquisa na Rocinha. Uma favela situada no Rio de Janeiro. Foi lá que eu presenciei  e entendi a importância da hospitalidade, presente entre os moradores. Um valor cultural que sempre existiu, principalmente pela ausência do setor público, fazendo com que as pessoas se ajudem com trocas de serviços. Porque  de alguma forma, as pessoas dependem umas das outras para sobreviverem e esta prática perdura até hoje. Por isso, os relacionamentos são como laços de proteção, que se ajudam diariamente em suas rotinas. Estabelecendo uma relação de confiança, sentindo- se acolhidos e protegidos entre eles mesmos. 

Pilares

Este valor cultural da Rocinha foi ampliado  e inserido na  etnografia. Teve o embasamento do  livro “Em busca da hospitalidade: perspectivas para um mundo globalizado”.  O livro fala que proporcionar hospitalidade é tornar-se responsável pela felicidade dos hóspedes enquanto estiverem sob o seu teto atenção. Sabendo exatamente o que fazer para agradar os  hospedes. Na prática,  trabalha-se  com os 4 pilares:

  1. Identificar qual é o valor cultural de hospitalidade e de não hospitalidade presente no lugar. E também nas práticas de consumo, entre os clientes, ou nas relações internas dentro das empresas.
  2. Compreender a dimensão de atenção e frequência da hospitalidade.
  3. Definir e Planejar a hospitalidade entre acordos ou ajuda mútua, definindo parâmetros de retorno.
  4. Compreender e trabalhar a não hospitalidade. Os vieses negativos, incentivando dentro ou fora das empresas o respeito às diferentes identidades. Formas de pensar e a liberdade de expressão sem julgamento, estigmas e pré-conceitos.  

A importância da hospitalidade está prioritariamente em trazer para os lugares, sejam eles corporativos, educacionais, institutos, museus, um ambiente que faça o outro  feliz. Prevalecendo no ambiente a hospitalidade ao invés do empobrecimento. Por exemplo, se você considera trabalhar no segmento de classe popular, saiba que as relações afetivas e de amizade são de extrema importância. Saber o nome da pessoa e conversas longas que demonstrem interesse. Comprar fiado, ajudar com trocas de serviços entre as pessoas, e ter festas sempre com muitos convidados, porque, normalmente, se espera “o amigo do meu amigo”, que é sempre bem-vindo.  Então, a comida e a bebida são calculadas além do número de convidados, considerando um número extra, para que todos fiquem felizes. Esse conteúdo já foi trocada entre pesquisadores no VI Congresso da Associação Latino-americana de Antropologia Social em Montevidéu. Apresentado em palestras na ESPM e agora foi desenhado para as empresas, marcas e pessoas,  trabalharem a sua própria cultura da hospitalidade. Relacionando a  sua identidade, mais senso de pertencimento (a partir do seu valor cultural local), mais aceitação à diversidade. 

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